Os Protestantes amam Maria!
OS PROTESTANTES AMAM MARIA
Por Jofre Garcia
Maria é um dos personagens mais fascinantes do Novo Testamento. Cultuada
e adorada por uns a ponto de ter sido alçada na qualidade de deusa ou
semi-deusa, ou simplesmente ignorada por outros que não meditam na
importantíssima missão que a virgem de Nazaré cumpriu exemplarmente.
Assim como João Batista, Pedro, Tiago, João Evangelista, Paulo, Etc.
Maria ocupa um lugar proeminente na teologia neotestamentária, no
entanto, em nenhuma hipótese, por mais bem intencionada que seja,
podemos descentralizar a história da Redenção da figura de Jesus, porque
é Ele que é o Cristo. É o seu sangue que é a Nova Aliança, derramado em
favor de muitos (e não de todos). É o seu sacrifício na cruz que aplaca
a ira de Deus. É a sua missão que eficaz e eficientemente conduz o
homem a Deus. Na história da Redenção Jesus é o protagonista
inigualável. Todos os outros (incluindo Maria), foram coadjuvantes
(leia-se: cooperadores) desse roteiro divino.
Não pretendo discorrer neste artigo sobre a soberania de Deus na
concepção e encarnação de Cristo, mas pretendo extrair algumas
considerações sobre essa figura santa e amada por Deu e, que deve ser
amada por todos aqueles que se proclamam cristãos, a saber: Maria de
Nazaré, a mãe do salvador.
Uma das mais absurdas idéias que geralmente se tem dos protestantes é
que não gostam de Maria ou que até nutrem pesados e negativos
sentimentos por ela. Todavia isso se dá pelo julgamento precipitado e
precoce que costumeiramente fazemos por não conhecermos o que é
diferente de nós, por ignorarmos grupos que diferem do nosso modo de
pensar e compreender o mundo. Como protestante que sou estudante da
Escrituras Sagradas, obra na qual tenho dedicado minha vida, e sendo,
também, pesquisador da história eclesiástica, posso afirmar que nenhum
sentimento há por Maria que não seja o respeito, a admiração e o amor na
ortodoxia e na ortopraxia protestante. Afirmo, ainda, que o verdadeiro
protestante, o evangélico ama a Maria e a tem no mais elevado conceito
na galeria dos heróis da fé.
Porém, a amamos pelo que ela é, e isso está mais do que explícito na
Palavra de Deus. Maria não é deusa, nem semideusa, nem co-redentora, nem
intercessora, etc. Ela é, sim uma agraciada e santa serva de Deus que
se colocou submissa para que a Obra do Senhor se efetivasse no mundo,
nos dando assim, notáveis exemplos de fé, coragem, humildade e serviço.
Por isso a amamos!
Amamos Maria por sua fé. Uma fé que reside no Deus que prometera através
das profecias ministradas pelos seus santos profetas, que o próprio
Altíssimo faria morada no homem. Fé no Deus de Israel, único Deus, que
não podia, não pode, nem poderá jamais ser representado por qualquer
imagem de escultura ou coisa semelhante. Fé no Deus que torna possível o
que é impossível para resgatar os seus escolhidos.
Que possamos ter a fé que Maria praticou no Deus que a salvou.
Amamos Maria por sua coragem. Não um arroubo histérico a ponto de sair
pulando e gritando “aleluias” e “glórias” e em meio a bravatas
orgulhosamente declarar “Deus falou comigo!” “Deus falou comigo!”.
Coragem verdadeiramente cristã, pois o quadro a sua frente era trágico e
sombrio, uma jovem virgem desposada de um respeitável cidadão acha-se
grávida antes do casamento. O que lhe esperava era a execração social e o
apedrejamento. Mas, mesmo em face de tamanho desafio, aquela jovem
coloca-se nas mãos de Deus confiando inteiramente naqu’Ele que a
comissionava: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua
vontade” (Lucas 1.38). Coragem essa que faria corar qualquer apologeta
de hoje, moldados numa teologia meramente circunstancial.
Que possamos ter a coragem de Maria.
Amamos Maria por sua humildade. Muitas vezes quando alguém fala alguma
coisa acerca da Maria geralmente o seu comentário não ultrapassa o parto
de Jesus. No entanto, o exemplo de humildade da jovem de Nazaré
perpassa toda a sua vida. Além de reconhecer Deus como seu salvador
pessoal, Maria nunca se apropria de qualquer posição que de alguma forma
viesse a suplantar o Filho ou qualquer dos apóstolos. E quando, mesmo
sem ter ainda uma dimensão exata do que lhe acontecera era despertada
por Cristo, e humildemente guardava no coração aquelas verdades. Maria
tinha plena consciência que Ele era o Salvador, o Cristo e, assim, como
João Batista, sabia que importava que ele (Jesus) crescesse e todos os
demais diminuíssem.
Que possamos ter a humildade de Maria.
Amamos Maria pelo seu serviço. Mais do que qualquer outra pessoa, Maria
foi uma serva, na expressão máxima da palavra. Entregou-se inteiramente a
sua missão sendo uma mãe exemplar no cuidado, no carinho e no amor por
seu filho. E quando o ministério público de Cristo se manifestou, lá
estava Maria, não ordenando, não querendo fazer do filho um mero
milagreiro, mas preparando as ferramentas e servindo ao Mestre. O seu
serviço deixa-nos um mandamento eterno para todos os povos,
principalmente os cristãos. Em Canaã, não opera o milagre, crê no Filho e
apontando para Jesus, exorta: “Fazei tudo que Ele vos disser” (João
2.5).
Que possamos servir a Jesus como Maria.
Oh! Maria santa! Maria mãe de Jesus que o povo evangélico ama e procura
seguir o seu exemplo de fé operosa, de coragem testemunhal, de humildade
verdadeira e de serviço constante, revelando o mais profundo dom de
Deus: o amor!
Maria de Nazaré, não a das imagens e estátuas, não a Maria das rezas e
mantras, não a Maria da adoração ritualista e pagã. Mas, a serva do Deus
Altíssimo cujo ensino ecoa não apenas em nossos ouvidos, mas em nossos
corações e consciência que Cristo Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida e
que, portanto, é a Ele que devemos seguir, assim como ela seguiu.
Amamos Maria, João, Pedro, Tiago, Paulo…Símbolos e exemplos da fé evangélica que de uma vez por todas foi dada aos santos.
N’Ele, em quem reside toda a plenitude de Deus.
Jofre Garcia é colunista do Púlpito Cristão e edita do Auxílio do Alto.
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós! AMÉM!
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